Thursday, February 16, 2006

HORA DI BAI

O eco forte e ensurdecedor
De alguém que grita com dor
Acaba de habitar-se no meu intímo
E, calmamente, destrói-me ao ínfimo

As imagens duma grande tragédia
Acabaram com toda a comédia
E instalaram-se na memória
Agora, substituiram a alegria

Na boca, o trago amargo do nada
No olfacto, o odor da vida malfadada
No querer, aquela vontade de partir
Na modéstia, a recusa de ser mártir

Aguardo o momento da despedida
O mais nobre de quem passa por esta vida
Apenas este momento conta, a tal hora…
Para que se parta com a devida honra!

Waldir Araújo

1 comment:

Soberano Kanyanga said...

"Adeus à hora de largada"
Talvez escrito assim tal vez doutra forma. Um poema que lí pela primeira vez no quinto ano de escolaridade (5ª classe( e que me marcou até hoje.
Diz-me ainda vive este político libertador? Se não me esqueço Onésimo (corrija-me se estiver desviado).


E por