Ergui a taça do vinho e num só gole
Traguei a essência das palavras, engoli
Gota-a-gota as frases deslizaram-se adentro
Sereno, repudiei as faces carentes de alento
Ergui a voz e soltei as frases dilacerantes
As palavras que ansiavam, escutaram, inertes.
Os gestos imobilizaram-se, olhares húmidos!
Do verbo, deslizei-me então nos gerúndios:
Querendo, lutando, acreditando, negando
Provoquei, invocando o medo sonegado
Dos murmúrios pedi barulho, agitação
Dos olhares vagos se projectaram acção
Ergui o olhar e vislumbrei um céu nubloso
O prenúncio de uma noite no fundo do poço
Invoquei as divindades num parco discurso
Regozijei-me por seguirmos outro percurso!
Waldir Araújo
Friday, June 23, 2006
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